domingo, 7 de setembro de 2014

2º dia - Roncesvalles a Zubiri

21.5 Km de caminhada.

O 2º dia de caminhada começou novamente cedo. Tivemos de comprar qualquer coisa nas máquinas de distribuição do albergue para o Pequeno-almoço (Não nos tínhamos provido de forma conveniente e o percurso até Roncesvalles também não é rico em paragens). Após uma refeição para nos dar força os preparativos para sair. Hoje o tempo está chuvoso. Bem nos serviram os ponchos e calças impermeáveis que nos pesam na mochila. Lá temos que andar com mais 1kg na mochila... mas com um mês de caminho, temos de nos munir de material que nos permita continuar a caminhar. 

Iniciámos o caminho perto da estrada num sendero de peregrinos. Regressámos aos bosques sempre acompanhados pela chuva. Só 6,4 Km a 1ª e única paragem antes de Zubiri é que descansámos. Os primeiros dias de viagem (para quem já tem alguma experiência) são sempre os mais fáceis. O cansaço ainda não está acumulado. Para quem é principiante, os três primeiros dias são os mais difíceis. Assim, parámos em Espinal, tomámos o segundo pequeno-almoço (o meu café con leche e pan com matequilla) e comprámos pão para os próximos 15 km. 




Continuámos sempre pelos bosques. Pelo caminho reencontrámos o Alessandro =) e ainda bem que assim foi. Como ele disse fomos o milagre número 3. Como ele nos veio a explicar mais tarde, ele partiu para o caminho sem estar à espera de o fazer. Foi visitar a irmã e pelo meio decidiu que deveria fazer parte do caminho. À chegada a Roncesvalles não tinha nenhuma manta, ou saco-cama e aqui houve o 1º milagre. No albergue providenciaram um saco-cama para a noite. O 2º milagre foi quando saiu do albergue e estava a chover. Alessandro teria de parar a caminhada pois não vinha preparado para tal e ou alguém lhe emprestava um poncho, ou o caminho para ele terminaria ali. Para boa surpresa dele, alguém conseguiu fornecer-lhe um poncho e o regresso ao caminho não tardou. O 3º milagre fomos nós que lhe proporcionámos. Já o caminho ia longo, mas ainda a 7 ou 8 km de Zubiri, Alessandro sentiu que as forças começavam a surgir, foi quando nos encontrou e sem sabermos lhe oferecemos maçãs e barritas de cereais. Este foi o encontro com o 3º milagre. "O caminho dá que precisamos, não o que queremos". Este foi um dos primeiros ensinamentos nos primeiros passos a Santiago e mais uma vez o constato. 


O caminho fez-se sempre com chuva e lama, mas por outro lado foi melhor assim, é mais fresco. Chegámos cedo a Zubiri, perto tas 15h. O Albergue é uma antiga escola primária que foi adaptada a albergue municipal, com cerca de 40 camas e espaço no ginásio para colchões. Aqui existem alguns albergues privados, mas sempre que possível ficamos nos públicos por serem mais baratos. Este foi 4 euros. Tinha cozinha, com uma mercearia a poucos metros, padaria perto bem como alguns cafés. O único inconveniente do albergue municipal é a casa de banho e cozinha serem do lado oposto do pátio ao local dos quarto.

Após o banho para retemperar as forças, a lavagem à mão da roupa, saímos para comprar comida, descansámos um pouco e fizemos o jantar. Convidámos o Alessandro para jantar connosco, digo, convidei o Alessandro a jantar connosco e ele anuiu... No decorrer do jantar ele pediu-me para ser fotografada. Tenho um sentimento secreto que o Bruno sentiu algum desconforto. Será?
 
Depois do jantar... uma caña, os 3, num bar próximo e em pouco tempo estávamos de novo nos tão desejados beliches para o descanso do guerreiro.

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