24 Km de caminhada.
Mais um dia em que acordámos antes do nascer do sol, hoje às 5h30. Bebi logo um café em Puente de La Reina. Bem queria livrar o corpo e a mente de substâncias viciosas, mas bom... o café diário ainda se mantém. No outro dia alguém me dizia que o pior do café é que isso implica obrigar o corpo a trabalhar. E faz sentido. Vivemos a um ritmo tão frenético, onde nos é exigido mais e mais e para continuar nesse ritmo temos de o compensar com café.
Ok, ok. No caminho não seria preciso café. E não. Não existe obrigações, apenas caminhar. O pior é que de já ter esta rotina, chegam as dores de cabeça...
Sem exigências... mas talvez um dia deixe o café.
Ok, ok. No caminho não seria preciso café. E não. Não existe obrigações, apenas caminhar. O pior é que de já ter esta rotina, chegam as dores de cabeça...
Sem exigências... mas talvez um dia deixe o café.
Puente de La Reina - Mosteiro |
Mas bom, hoje o nascer do dia foi deveras delicioso. Adoro o tempo fresco logo da manhã. O friozinho de uma pequena localidade de interior e o raiar do sol no caminho motiva-me sempre.
O caminho foi quase sempre por terra batida até Cirauqui (7,5 km), onde parámos para um 2º pequeno-almoço. Mais uma vez o tradicional pão com doce e um café con leche de uma máquina de distribuição. Chega a uma altura que não exijo muito. Logo após termos colocado as mochilas às costas encontrámos o Paco, que carinhosamente nos chama de 'Os Portugueses'. Sorrio sempre que ele diz isto.
Instantes depois seguimos viagem. Ainda nos falta muito até Estella (cerca de 15 km), mas à qual anseio muito chegar. Dizem ser muito bonita.
Instantes depois seguimos viagem. Ainda nos falta muito até Estella (cerca de 15 km), mas à qual anseio muito chegar. Dizem ser muito bonita.
À saida de Puente de La Reina |
Seguimos quase sempre por terra batida e o tempo está entre o sol e a chuva. Há sempre uma dinâmica de tira e põe capas a calças de chuva. UFFF.
À chegada a Villatuerta com dores em todos os ossinhos dos pés, desespero e acabamos por nos sentar num parque de merendas. Foi deveras reconfortante tirar os ténis de caminhada e fazer elevação dos pés. Nesta posição, 5 ou 6 minutos e diminui logo o inchaço e as dores de pernas/pés. Aproveitamos para almoçar aqui. O Bruno preparou-me uma bela sanduiche de chouriço, queijinho e tomate (não há muito que optar), mas é bem mais económico comprar e fazer, do que pagar 5 ou 6 euros por um bocadillo mal-amanhado de chouriço. Enquanto o Bruno me prepara o 'almoço', sinto um calor no peito e borboletas na barriga. Não é preciso muito para me apaixonar. Basta ser. Durante quase dois anos, ele fez de tudo para me impressionar. E na verdade, o amor está nas coisas simples, no cuidar.
À chegada a Villatuerta com dores em todos os ossinhos dos pés, desespero e acabamos por nos sentar num parque de merendas. Foi deveras reconfortante tirar os ténis de caminhada e fazer elevação dos pés. Nesta posição, 5 ou 6 minutos e diminui logo o inchaço e as dores de pernas/pés. Aproveitamos para almoçar aqui. O Bruno preparou-me uma bela sanduiche de chouriço, queijinho e tomate (não há muito que optar), mas é bem mais económico comprar e fazer, do que pagar 5 ou 6 euros por um bocadillo mal-amanhado de chouriço. Enquanto o Bruno me prepara o 'almoço', sinto um calor no peito e borboletas na barriga. Não é preciso muito para me apaixonar. Basta ser. Durante quase dois anos, ele fez de tudo para me impressionar. E na verdade, o amor está nas coisas simples, no cuidar.
Descanço em Villatuerta |
Continuamos sempre por terra batida até Estella...entre conversas e parvoíces, houve momentos de riso intenso... tanto que perdi as forças e aterrei no chão de tanto rir. O caminho tem disto.
A caminho de Estella |
Marco a indicar o caminho para Estella |
Finalmente Estella e como me senti feliz aqui. A Villa é linda, mágica, com um ribeiro onde dá vontade de ficar. A minha intenção inicial era pernoitar aqui, mas pela implicação com o tempo, optámos por fazer mais 2 km e ficar em Ayegui. Mesmo assim, parámos 1h à beira rio para namorar um pouco. Ao que consta existe uma fonte de vinho, sim VINHO, para os peregrinos... mas acho que a perdemos. Eu só vim a descobrir depois, pelo que estejam atentos.
Já era cerca das 15h quando prosseguimos até Ayegui. Bom, o albergue é uma adaptação de um poli-desportivo. O piso inferior tem algumas camas e toma-se banho no balneário, com ÁGUA FRIA!!!!Fria não, GELADA! Não tem local para cozinhar, apenas tem umas mesinhas e umas máquinas de distribuição de comida. Tem um restaurante com um único prato disponível: Frango. Se bem que tem supermercados pertinho. O Bruno ficou logo de 'trombudo' pelas condições do albergue [mas já se sabe que é o que é] e bom, com a fome e o cansaço lá mandou vir comigo. Claro que me passei... virei costas e segui para o 'reconfortante banho'. Mas o destino tem destas coisas e ele esqueceu-se da toalha. Resultado: eu fui-lhe entregar (de esguelha) a toalha e perante a situação teve de ceder. Bem, não há como colocar à prova um amor, de que ir a situações de exaustão.
No final do dia o Bruno disse algo que por agora ditava o nosso caminho: "ou isto rebenta, ou isto aguenta"...
24 dias faltavam para perceber...
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